Thursday, December 08, 2005
Coroa de cordeiro
Esta é fácil, simples e rápida. E a coisa mais gostosa que eu fiz até hoje. Adaptei a receita da mestra Julia Child.
Pedi ao açougueiro para preparar uma costela de cordeiro "à francesa". Cada rack (é assim que se chama em inglês, rack of lamb) tem em geral oito costeletas. Se for mais gente, a coroa poderia ser feita com dois racks, 16 costeletas. O açougueiro limpa toda a carne e gordura em torno das pontas dos ossos. Depois faz incisões entre as costeletas, dobra-as num círculo e costura as pontas. Viradas para cima, as pontas dos ossos formam uma coroa. Levou uns 20 minutos esta operação, que é complicada, tem que ser feita por craque.
Esquentei o forno ao máximo (500 graus Fahrenheit). Esfreguei no cordeiro: sal grosso moído, pimenta do reino, mostarda de dijon (daquela grossa, à l'ancienne), alho esmagado e picado (nunca esprema o alho, que tira o gosto), cheiro verde picadinho (com tesoura, pois com faca perde o sabor) e tomilho. No meio da coroa enfiei meia colher de sopa de manteiga.
Vinte minutos antes de levar a coroa ao forno, botei para assar uma travessa com tomates inteiros bem temperados e recheados com três tipos de queijo ralado.
Assei o cordeiro por 30 minutos numa bandeja de metal levemente untada de azeite. Devia ter usado menos azeite porque, chegados os 30 minutos, o azeite começou a queimar e soltar fumaça. Mas como eu desarmei o alarme de incêndio, os bombeiros não vieram arrombar a porta (é o que acontece). Foi só abrir as janelas (com frio abaixo de zero lá fora).
Tomei a temperatura dentro da carne: 120 graus. Mais que isso, começa a secar. Desliguei o forno e botei, em cima da porta aberta, a travessa com a coroa de cordeiro coberta com papel de alumínio para terminar o cozimento, mais 10 a 15 minutos.
Pronto. Servi o cordeiro com os tomates, que ficaram prontos ao mesmo tempo. Separamos as costeletas com uma faca afiada de lâmina larga, à medida que íamos comendo.
Angela e eu nunca comemos nada tão gostoso. A carne rosada ficou bem molhada, suculenta, entre mal passada e no ponto. A crosta, crocante. A gordura firme, quase transparente, derretendo na boca. Angela notou que nosso cordeiro não tinha nem um pouquinho do travo amargo do cordeiro cozido além do ponto. Eram oito costeletas, teria dado para três pessoas. Mas comemos todas, roendo os ossos porque é junto deles que fica a carne mais saborosa. Melhor do que carne de porco...
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