Monday, January 16, 2006

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Bandeiras de Israel sendo queimadas em Teerã

Acirrando a campanha de ódio aos judeus, o governo do Irã anunciou que vai patrocinar uma conferência internacional em Teerã para discutir "cientificamente" o Holocausto. Para o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, o genocídio de 6 milhões de judeus pelos nazistas é "um mito". O líder iraniano já tinha desencadeado uma onda internacional de protestos em outubro quando prometeu "varrer Israel do mapa". A destruição de Israel faz parte da política oficial do Irã desde a revolução islâmica de 1979.
Eu estou sendo acusado de racista por pessoas que deixam comentários neste blog porque defendo a causa judaica. Gostaria de saber o que essas mesmas pessoas acham do crescente coro, especialmente no mundo islâmico, daqueles que negam que o Holocausto tenha ocorrido.
Um dos legados da ditadura militar brasileira é a mudança de 180 graus na política externa brasileira em relação a Israel. Nosso país foi um dos mais fortes defensores de Israel quando da independência do estado judeu em 1948. Mas depois que a ditadura passou a fornecer armas a Saddam Hussein, Israel virou inimigo. O Brasil votou a favor da resolução da ONU de 1975 que declarou ser o sionismo uma forma de racismo. Esta resolução absurda, que só foi abolida pela própria ONU em 1991, demonstra a força do racismo contra os judeus, o ódio que está por trás do conflito no Oriente Médio. Não custa repetir o fato histórico de que os judeus aceitaram a divisão da Palestina entre um estado judeu e um estado árabe, mas os árabes nunca aceitaram a existência de Israel.
E a negação do Holocausto faz parte dessa política de ódio racial. É ensinada às crianças nas escolas em muitos países muçulmanos, assim como os Protocolos dos Sábios de Sião, o texto forjado pela polícia tzarista para estimular o ódio aos judeus, é estudado nas escolas. O ódio racial anti-semita é inculcado desde cedo entre os mais de 1 bilhão de muçulmanos. Isso não é racismo? Não é exatamente o mesmo ódio que permitiu a Hitler executar sua Solução Final com uma vasta operação industrial de extermínio dos judeus?
Agora o Irã caminha para a produção de um arsenal nuclear. Nesta segunda-feira o mundo mais uma vez cruzou os braços. Em vez de levar essa questão, a mais grave ameaça à paz no momento, ao Conselho de Segurança da ONU, as potências se curvam aos aliados do Irã - Rússia e China - para não fazer nada enquanto o Irã ganha tempo.
No Canadá e na Europa, aqueles que negam que o Holocausto tenha ocorrido podem ser processados pelo crime de ódio racial. Essa corrente neonazista de "negadores" do Holocausto parecia destinada ao lixo da História. Por isso preocupa que o Irã, com sua riqueza petrolífera, tenha decidido investir nessa campanha racista.
Alguns visitantes deste blog alegam que os dois lados se equivalem e que defender Israel seria alimentar o ódio. Não é verdade.
De um lado há mais de 1 bilhão de muçulmanos sendo manipulados por aqueles que usam a histeria anti-semita como arma para manter suas sociedades sob regimes opressores (Israel é a única democracia do Oriente Médio; a Turquia tem eleições, mas não liberdade - p.ex, é crime na Turquia dizer que os armênios foram vítimas de genocídio pelos turcos há quase 100 anos).
Do outro lado, cerca de 5 milhões de judeus que podem ser "varridos do mapa", como quer o presidente do Irã, se não se defenderem. Será racismo não querer que o Holocausto se repita?

Abaixo, o texto de um dos mais veementes protestos contra o presidente iraniano, assinado pelo Conselho Nacional das Igrejas dos EUA, uma entidade ecumênica que representa 45 milhões de cristãos de 35 denominações e é conhecida por seu apoio à causa palestina:

"O Conselho Nacional das Igrejas dos EUA condena os comentários do presidente Mahmoud Ahmadinejad, pedindo a obliteração do estado de Israel. O estado de Israel encarna há décadas as esperanças e sonhos dos judeus de todo o mundo, especialmente desde o Holocausto que ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial. A injúria do presidente Ahmadinejad, de que o Holocausto nunca aconteceu, é uma séria advertência sobre o poder corrosivo da ignorância, do desespero e do ódio. Não é por acaso que entre os primeiros protestos contra a declaração do presidente iraniano estavam as dos líderes alemães cujos pais foram testemunhas da horrível realidade do Holocausto. A manifestação mais vociferante do anti-semitismo é a "Grande Mentira" que agora vem de Teerã. Em oposição a esse ódio incompreensível, todas as pessoas de fé e boa-vontade têm que ser firmes na rejeição aos pontos de vista de Ahmadinejad. Nós no Conselho Nacional de Igrejas dos EUA deploramos esses pontos de vista. Face ao apelo do Sr. Ahmadinejad pela obliteração de Israel, o Conselho Nacional das Igrejas dos EUA reafirma seu apoio à segurança do estado de Israel, junto a um estado palestino viável. Nós também reafirmamos nosso respeito ao judaísmo e nossa amizade com o povo judeu."

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