Friday, January 13, 2006

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o presidente do Irã fez suas ameaças numa conferência intitulada "o mundo sem Sionismo"

A CHANTAGEM NUCLEAR IRANIANA

A decisão iraniana de desafiar o resto do mundo e partir para um programa de armas nucleares é a maior ameaça à paz no momento, e não há muito o que fazer para impedir o Irã de obter um arsenal nuclear.
Alguém acredita na balela de que o Irã, tão rico em petróleo, precisa de energia nuclear para fins pacíficos? O fato de que o Irã enganou repetidamente a Agência Internacional de Energia Atômica sobre o seu programa nuclear é suficiente para demonstrar que não há nada de pacífico nas intenções iranianas. Teerã enrolou os europeus - que a todo custo queriam salvar seus negócios no país - com "negociações" que não levaram a nada. E a decisão de romper os lacres das instalações nucleares, e retomar o programa nuclear abertamente, veio poucas horas depois do derrame que incapacitou Ariel Sharon.
O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad sabe que a única ameaça à bomba iraniana seria um ataque preventivo israelense. Por isso a decisão veio exatamente quando Israel perdeu seu líder, um estadista forte e ousado o suficiente para tomar a difícil decisão de livrar o mundo da ameaça iraniana.
Ahmadinejad, na juventude, foi um dos terroristas que ocuparam a embaixada americana e sequestraram os diplomatas por mais de um ano (a única coisa que conseguiram foi eleger Ronald Reagan), e se elegeu numa pseudoeleição, pois o Irã é uma teocracia, não uma democracia como alguns alegam. Recentemente, para incitar a histeria anti-semita que sempre é útil aos regimes totalitários, Ahmadinejad negou que tenha havido o Holocausto e jurou varrer Israel do mapa. Ninguém duvida que ele o fará se puder, e por isso o mundo não pode permitir que o Irã tenha um arsenal nuclear.
Mas o que o mundo pode fazer? Levar a questão ao Conselho de Segurança não vai adiantar nada. A única medida efetiva seria impor sanções econômicas ao Irã, mas isso não pode ser feito porque um embargo ao petróleo do Irã provocaria um novo choque do petróleo e uma recessão mundial. Somos todos reféns do terror iraniano.
Israel, o único país que tem informações confiáveis sobre o programa nuclear iraniano, porque sua sobrevivência depende disso, calcula que em apenas mais um ano será tarde demais, o Irã terá adquirido a capacidade de construir armas nucleares, mesmo que ainda leve uns poucos anos para ser capaz de detonar bombas. Uma vez dominada a produção de urânio enriquecido, o resto é relativamente simples, só uma questão de tempo.
Já que ninguém acredita sinceramente que pressões diplomáticas vão funcionar, a única opção é um ataque preventivo.
Caberia aos Estados Unidos e às outras potências do Conselho de Segurança da ONU tomar esta difícil mas necessária decisão. Não vai acontecer. Os Estados Unidos perderam toda a credibilidade com a guerra no Iraque, vendida com o falso pretexto de impedir Saddam de obter armas nucleares. A China e a Rússia têm interesses econômicos estratégicos no Irã, jamais aprovariam o ataque preventivo. E no fundo não se importam se o Irã vier a ter um arsenal nuclear, até gostariam. Os europeus, sempre em cima do muro, preferem enfiar a cabeça na areia para ver se assim o problema desaparece.
Sobra Israel. Os planos israelenses para o ataque preventivo às instalações iranianas estão prontos há muito tempo. Mas não vai ser tão fácil quanto o ataque à usina iraquiana de Osirak, vendida pelos franceses e destruída por Israel em 1981. Se este ataque não tivesse acontecido, Saddam teria acumulado plutônio para fazer muitas bombas.
Escaldados pela experiência iraquiana, os iranianos espalharam suas instalações nucleares secretas por centenas de locais, enterradas a grande profundidade. Mas Israel possui bombas americanas "bunker buster", capazes de destruir esses laboratórios subterrâneos. Os militares israelenses deixaram vazar que, se a ordem vier, eles conseguirão, senão eliminar, pelo menos incapacitar por muito tempo o programa nuclear iraniano.
Mas é uma covardia do resto do mundo esperar que Israel resolva um problema que é de todos. Um ataque israelense ao Irã certamente daria munição aos inimigos eternos de Israel - o mundo árabe e boa parte do mundo islâmico - para renovar a guerra de extermínio dos judeus que eles movem sem sucesso há quase 60 anos, desde que o estado de Israel foi criado. Seria um grande risco para Israel, mas risco maior é deixar que o Irã possua um arsenal nuclear capaz de varrer Israel do mapa.
O governo israelense, no momento sem liderança clara e às vésperas de uma eleição difícil, prefere esperar para ver o que as potências da ONU vão fazer e se estão à altura do desafio iraniano, dispostas a se sacrificarem economicamente para enfrentar essa ameaça.
Não é preciso ser judeu nem simpatizar com Israel para ver que o estado judeu tem todo o direito de agir em legítima defesa antes que seja tarde demais.

No último Montblaat, número 138, o leitor Antonio Fagundes me pergunta quem foi o responsável pelo massacre de Sabra e Shatila. Resposta: foi o libanês Elie Hobeika, comandante da milícia cristã, a Falange, que invadiu os acmpamentos de refugiados palestinos e chacinou centenas de civis. Alega-se que o ministro da Defesa Ariel Sharon teria sido o responsável pelo massacre porque teria podido impedi-lo se quisesse, mas isso nunca foi provado. Uma comissão de investigação israelense recomendou a demissão de Sharon do cargo, o que foi feito, acusando-o de “responsabilidade política”. Mas se houvesse provas de cumplicidade no massacre, Sharon teria sido processado criminalmente, o que não aconteceu. Ele sempre negou que tivesse conhecimento do que os falangistas estavam fazendo. Em 1987 a revista Time publicou uma reportagem acusando Sharon de cumplicidade no massacre. Sharon processou a revista. O júri decidiu que as acusações da revista eram falsas, mas pela lei americana teria sido preciso provar que a Time tinha a intenção de difamar Sharon, o que não foi provado. Só por isso Sharon perdeu o processo. Outra tentativa de incriminar Sharon, num processo na Bélgica, foi rejeitada pelo tribunal superior belga em 2003.
O verdadeiro responsável, Elie Hobeika, nunca foi processado e se tornou ministro no governo do Líbano em 1990. Logo após o massacre, Hobeika se aliou à Síria, o país vizinho que ocupou o Líbano até o ano passado. Uma das versões para o motivo do massacre de Sabra e Shatila é que Hobeika já estava em aliança com os sírios e chacinou os palestinos para incriminar Israel. Deu certo.
Quanto à reclamação do leitor, de que eu sou “engajado”, acredito que todo jornalista deve ter engajamento com a verdade, e procurar apurar os fatos em vez de seguir preconceitos, como o de que Ariel Sharon seria um “carniceiro”.

Quanto à afirmação no artigo de Leneide Duarte Plon, no mesmo Montblaat, de que o livro de Amnon Kapeliouk sobre Arafat “prova que a direita do movimento sionista tentou uma colaboração com os nazistas”, seria interessante saber que prova é essa. Ela fala de uma “carta”. Investigou se existe mesmo essa carta e quem a escreveu?
Nenhuma referência, é claro, ao fato mais do que comprovado de que Arafat era um seguidor devotado do líder nazista palestino, o grande mufti de Jerusalém, este sim um aliado de Hitler.
É cômico ler a referência à “imparcialidade” de Kapeliouk, um antigo aliado de Arafat (da época em que este era assumidamente um líder terrorista, e não um candidato ao prêmio Nobel da Paz), notório falsificador de informações (ver por exemplo a famosa “citação” que Kapeliouk fez de Menachem Begin, sobre os palestinos serem “bestas humanas”, comprovadamente distorcida) e explorador da causa palestina para construir sua fama como jornalista na França.
Kapeliouk é um dos maiores responsáveis pela lamentável devoção a Arafat na França. O que não surpreende já que o anti-semitismo está profundamente enraizado no país desde os tempos do santo francês, São Luís, o rei Luís IX, aquele que mandou queimar 10 mil cópias do Talmud em Paris e expulsou os judeus da França depois do fracasso da primeira cruzada que comandou. Bem que a França poderia tentar a canonização de Arafat. São Yasser faria boa companhia a São Luís.

1 comment:

Anonymous said...

Você gostaria de comentar sobre o arsenal nuclear de Israel???