Monday, October 10, 2005



Há 200 anos chegava a New York, fugindo dos credores e da polícia de vários países na Europa, o aventureiro italiano Lorenzo da Ponte, 46 anos, judeu nascido perto de Veneza e convertido com toda a família ao catolicismo para escapar da Inquisição. Antes do bastismo o nome dele era Emanuele Conegliano.
Da Ponte viveu aqui mais 33 anos, na obscuridade, ensinando italiano na Columbia University.
Tentou sem sucesso introduzir em New York a ópera italiana, e morreu na miséria.
Da Ponte só é lembrado pelos libretti que escreveu para três das melhores óperas de Mozart, Le Nozze de Figaro, Don Giovanni e Cosi Fan Tutte. Curiosamente, nas Memórias que escreveu em New York, Da Ponte não dá maior destaque à parceria com Mozart em Viena. Não desconfiou que as três óperas iriam imortalizá-lo.
Concertos na cidade estão homenageando a chegada de Da Ponte há dois séculos. E meu amigo Bob Grossman desenhou uma história em quadrinhos fascinante contando as aventuras de Da Ponte em New York.
O libretto genial de Don Giovanni permitiu a Mozart criar aquela que é sem dúvida a melhor, a mais perfeita de todas as óperas.

De Don Giovanni, regência de Carlo Maria Giulini:

Ah qui me dice mai, Elisabeth Schwarzkopf (Donna Elvira), soprano

Elisabeth SchwarzkopfJoan Sutherland

Madamina, il catalogo è questo, Gisueppe Taddei (Lepporello), barítono

La ci darem' la mano, Eberhard Wächter (Don Giovanni), barítono, Graziela Sciutti (Zerlina), soprano

Ah fuggi il traditor, Joan Sutherland (Donn'Anna), soprano

Or sai chi l'onore, Donn'Anna

Dalla sua pace, Luigi Alva (Don Ottavio), tenor


A estátua do Comendador leva Don Giovanni para o inferno

Don Giovanni, a cenar teco, Gottlob Frick (Commendatore), baixo, Don Giovanni, Leporello

Da quel tremor insolito, Don Giovanni, Leporello, coro

Questo è el fin, tutti.

Lorenzo da Ponte

1 comment:

Jorge Ramiro said...

É incrível que ninguém tenha feito ainda superar o mestre. Nem eu dizer o que se passa dentro de cada vez que ouço uma dessas interpretações. Ele move-me tudo, realmente me chocou. Eu sacode a alma. É como assistir a um ato ao vivo Schwarzkopf.