Monday, August 29, 2005

Tapeçaria do Unicórnio

Um dos melhores passeios em New York é visitar os Cloisters, ou claustros, um mosteiro à beira do Hudson ao norte de Manhattan, construído com pedras trazidas de cinco mosteiros franceses, nos anos 30.
A jóia dos Cloisters é a série de tapeçarias A Caçada ao Unicórnio. Tecidas na Bélgica no fim do século XV, são as mais belas e preciosas tapeçarias que chegaram até nós. Foram compradas por um milhão de dólares da família La Rochefoucauld pelo magnata John D. Rockefeller e doadas ao Metropolitan Museum of Art, do qual os Cloisters fazem parte.
Das sete tapeçarias, a mais deslumbrante é O Unicórnio no Cativeiro. Não se sabe exatamente qual é o simbolismo da imagem. O Unicórnio na Idade Média simbolizava Cristo, mas era associado também ao amor casto. Só uma virgem seria capaz de capturar um Unicórnio.
Nenhuma reprodução pode capturar a beleza da tapeçaria, que brilha no escuro (a iluminação é reduzida para não desbotar as cores). É preciso vir a New York para ver o Unicórnio.



Para ouvir, do CD Música de Amor Medieval, do New York's Ensemble for Early Music, Canções de amigo, escritas em galego-português por Martin Codax em 1230. Foram encontradas em 1914. São canções de uma mulher que à beira-mar espera a volta do amado. Terminam assim: "Ay ondas que eu vim ver, se me saberedes dizer porque tarda meu amigo sem mim? Ay ondas que eu vim mirar, se me saberedes contar porque tarda meu amado, sem mim?".
Nossa língua, última flor do Lácio, vem de muito longe...

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