L'Invitation au voyage, o convite à viagem, é o poema mais conhecido de Baudelaire. Inspirou o quadro de Matisse e pelo menos dois compositores. O poema está de volta com minha tradução e as duas canções na voz da soprano Felicity Lott, acompanhada ao piano por Graham Johnson.
Henri Duparc, L'Invitation au Voyage
Emmanuel Chabrier, L'Invitation au Voyage
L'invitation au Voyage
Mon enfant, ma sœur
Songe à la douceur
D'aller là-bas vivre ensemble;
— Aimer à loisir,
Aimer et mourir
Au pays qui te ressemble!
Les soleils mouillés
De ces ciels brouillés
Pour mon esprit ont les charmes
Si mystérieux
De tes traîtres yeux,
Brillant à travers leurs larmes.
Là, tout n'est qu'ordre et beauté,
Luxe, calme et volupté.
Des meubles luisants,
Polis par les ans,
Décoreraient notre chambre ;
Les plus rares fleurs
Mêlant leurs odeurs
Aux vagues senteurs de l'ambre,
Les riches plafonds,
Les miroirs profonds,
La splendeur orientale,
Tout y parlerait
A l'âme en secret
Sa douce langue natale.
Là, tout n'est qu'ordre et beauté,
Luxe, calme et volupté.
Vois sur ces canaux
Dormir ces vaisseaux
Dont l'humeur est vagabonde ;
C'est pour assouvir
Ton moindre désir
Qu'ils viennent du bout du monde.
— Les soleils couchants
Revêtent les champs,
Les canaux, la ville entière,
D'hyacinthe et d'or;
— Le monde s'endort
Dans une chaude lumière.
Là, tout n'est qu'ordre et beauté,
Luxe, calme et volupté.
O Convite à viagem
Sonha, alma irmã,
A loucura sã
De termos lá nosso leito!
Amar sem correr,
Amar e morrer
No país que é do teu jeito!
O sol desses céus
Cintila entre véus
E tem pra mim o encanto
Do olhar de luz
Que trai e seduz
Brilhando através do pranto.
Lá, tudo é ordem, beleza,
Luxo, calma e prazer.
Móveis ancestrais,
Polidos metais
Emolduram nossa cama;
A mais rara flor
Casa seu odor
Ao leve aroma do âmbar;
Tetos de cetim,
Espelhos sem fim,
Esplendores do Oriente,
Tudo fala então
Rente ao coração
Na doce língua da gente.
Lá, tudo é ordem, beleza,
Luxo, calma e prazer.
Vês neste canal
Dormir esta nau
De coração vagabundo?
É para atender
Teu menor querer
Que ela vem do fim do mundo!
Ao entardecer,
O sol ao morrer
Tinge cais, cidade, nave
De ouro e açafrão.
Os dias se vão
Numa luz quente e suave.
Lá, tudo é ordem, beleza,
Luxo, calma e prazer.
tradução, Jorge Pontual
3 comments:
Iu-huuuuuuuuuuuu!!! Acertou até na poesia, este é o meu poema francês FAVORITO. Muitos beijos, querido. Vou voltar sempre.
Achei o blog até aqui graficamente lindo, e as escolhas de texto e imagem não podiam ser melhores! Pretendo virar freguês.
Caro Jorge, eu ja era sua fã pelos programas da GloboNews e hj descobri seu blog, procurando imagens de Caspar David. Q blog lindo, cara! Tem tudo q eu gosto - Schubert, Baudelaire, Poe, Caravaggio, Warhol...
E que bem feito, com tantos links. Vou passar muitas horas ouvindo suas recomendaçoes musicais, lendo os poemas, vendo os quadros.
Muito obrigada, seu blog é uma verdadeira escola de artes!
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