Canção de Debussy sobre este poema em duas versões:
Barbara Hendricks, soprano, Michel Béroff, piano
Felicity Lott, soprano, Graham Johnson, piano
Ouça o mesmo poema cantado por Léo Ferré
Charles Baudelaire, tradução Jorge Pontual
Recueillement
Sois sage, ô ma Douleur, et tiens-toi plus tranquille.
Tu réclamais le Soir; il descend; le voici;
Une atmosphère obscure enveloppe la ville,
Aux uns portant la paix, aux autres le souci.
Pendant que des mortels la multitude vile
Sous le fouet du Plaisir, ce bourreau sans merci,
Va cueillir des remords dans la fête servile,
Ma Douleur, donne-moi la main; viens par ici,
Loin d'eux. Vois se pencher les défuntes Années,
Sur les balcons du ciel, en robes surannées;
Surgir du fond des eaux le Regret souriant;
Le Soleil moribond s'endormir sous une arche,
Et, comme un long linceul traînant à l'Orient,
Entends, ma chère, entends la douce Nuit qui marche.
Recolhimento
Sossega, minha Dor, não desesperes não.
Reclamavas da luz; já se vai; finda o dia.
A cidade mergulha na escuridão
que alguns atormenta e outros alivia.
Enquanto dos mortais a reles multidão,
escrava do Prazer, carrasco sem perdão,
vai colhendo remorsos na mísera orgia,
aceita, minha Dor, esta mão que te guia
pra longe deles. Vê como os Anos finados
nos olham lá do céu com seus velhos brocados;
no fundo d'água, a Saudade sorridente;
o sol mortiço sob a ponte se deitar;
e, como mortalha que avança do Oriente,
ouve, cara, ouve a doce Noite chegar.
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