Sunday, June 12, 2005
A varanda
Canção de Debussy sobre este poema, em duas versões:
Barbara Hendricks, soprano, Michel Béroff, piano
Felicity Lott, soprano, Graham Johnson, piano
Charles Baudelaire, tradução Jorge Pontual
Le Balcon
Mère des souvenirs, maîtresse des maîtresses,
Ô toi, tous mes plaisirs! ô toi, tous mes devoirs!
Tu te rappelleras la beauté des caresses,
La douceur du foyer et le charme des soirs,
Mère des souvenirs, maîtresse des maîtresses!
Les soirs illuminés par l'ardeur du charbon,
Et les soirs au balcon, voilés de vapeurs roses.
Que ton sein m'était doux! que ton coeur m'était bon!
Nous avons dit souvent d'impérissables choses
Les soirs illumines par l'ardeur du charbon.
Que les soleils sont beaux dans les chaudes soirées!
Que l'espace est profond! que le coeur est puissant!
En me penchant vers toi, reine des adorées,
Je croyais respirer le parfum de ton sang.
Que les soleils sont beaux dans les chaudes soirées!
La nuit s'épaississait ainsi qu'une cloison,
Et mes yeux dans le noir devinaient tes prunelles,
Et je buvais ton souffle, ô douceur! ô poison!
Et tes pieds s'endormaient dans mes mains fraternelles.
La nuit s'épaississait ainsi qu'une cloison.
Je sais l'art d'évoquer les minutes heureuses,
Et revis mon passé blotti dans tes genoux.
Car à quoi bon chercher tes beautés langoureuses
Ailleurs qu'en ton cher corps et qu'en ton coeur si doux?
Je sais l'art d'évoquer les minutes heureuses!
Ces serments, ces parfums, ces baisers infinis,
Renaîtront-ils d'un gouffre interdit à nos sondes,
Comme montent au ciel les soleils rajeunis
Après s'être lavés au fond des mers profondes?
-- Ô serments! ô parfums! ô baisers infinis!
A Varanda
Mãe da recordação, amante das amantes,
tu, minha devoção! Tu, todo o meu prazer!
Sei que recordarás os mais belos instantes,
a quentura do lar, o tom do entardecer,
mãe da recordação, amante das amantes!
No fim da tarde, à luz das brasas do carvão
e na varanda escura em rósea sombra imersa
tão doce era tua voz! Tão bom teu coração!
Eternamente vou lembrar nossa conversa
no fim da tarde, à luz das brasas do carvão.
Como é bonito o sol na tarde acalorada!
Como é profundo o céu e forte o coração!
Curvado sobre ti, rainha adorada,
aspirava do sangue o perfume são.
Como é bonito o sol na tarde acalorada!
A noite se fechava assim como uma flor.
Meus olhos no escuro os teus adivinhavam
e eu bebia o teu ar, ó veneno! ó licor!
Nas minhas doces mãos os teus pés cochilavam.
A noite se fechava assim como uma flor.
Sei a arte de ter de volta esses momentos,
reviver o passado imerso em teu calor.
Para que procurar os teus encantamentos
longe do colo doce e do seio de amor?
Sei a arte de ter de volta esses momentos!
As juras, os perfumes e os beijos sem fim
poderão ressurgir das mais profundas mágoas
como os sóis que no céu renascem para mim
depois de se lavarem no fundo das águas?
-- Ó juras! ó perfumes! ó beijos sem fim!
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
1 comment:
Ah que ótimo encontrar estes poemas, justamente estava procurando pois quero montar um projeto para cantar estas canções!!! Muito obriagda! um abraço
Silviane Bellato
Post a Comment